1.1.20

A MEDICINA DA SERPENTE E DO ARCO-ÍRIS  

Se o Tempo em sua comunhão com a vida, obedece uma geometria circular, fácil entender uma força da natureza que cunhe este pensamento ancestral, como uma ponte entre a Terra e o Céu, unindo muitos outros polos multi-ecossistêmicos em sua grandezas particulares e infinitas.
Se muitas tradições religiosas escolheram por demonizar a cobra ou mesmo insignificar o que acontece lá fora, outras abarcaram o divino em sua mais plena riqueza manifesta.
Assim são as Nagas Hindus, assim é a arquitetura da Kundalini e uma expressão de Oxumaré, Bessem, a Cobra em sua aparição shakta.
Dan, quando ele nos visita como um prisma na forma de um arco mágico, irradiando tudo, com um um encanto cósmico, transcedental, particular.
O Projeto JardimSIDERAL se firmou em 2005, e assim uma jornada de 15 anos, vagando em cantos do meu Sagrado, sendo um lab dos meus estudos de Xamanismo que começaram em dezembro de 99.
E depois de muitas viagens se lançando pelo espaço, ele se entendeu.
Aos poucos estou retomando este blog, que foi esquecido, sendo que ele é um pouco do registro desses anos de atividade.
E assim, recomeço 2020, contando que todas ações deste ano, os grupos de estudo, os encontros e vivências, partirão da semente da grande ponte entre o chão em que estamos e nossas conexões estelares. 
Essa é só uma ponta da idéia que vai se desenrolar em sua cauda.

Um Grande Passo, Humanidade
Neste novo Ciclo que recomeça,

Que 2020 seja nossa chance de sermos um Prisma!

Arroboboi

5.3.18

EXPERIMENTOS TANTRICOS 
                    
Embora eu me tome de prazer em escrever, fui roubado no tempo, por um feitiço, um encantamento, dito, vida.
No que independe de mediunidades, transitamos por inúmeras realidades e pela virtualidade perfeita, gravada em tramas complexas de pixels. 
O ano em curso, tinha um plano de começar, o meu, em abril, quando marco o princípio das ações do Projeto Jardim SIDERAL.
No entanto, recebi um convite de palestrar sobre o Tantra, em terreiro de advogados, a OAB e em pleno reinado do Senhor da Justiça, Xangô.
  

18.4.17


Aos poucos minha morada foi se tomando de luz da Mãe Divina.
Na calada de dias e noites, se erguendo em altares, estampando seus mantos por todos os os cantos e hoje reinam neste meu lugar.
Sta Sara veio e trouxe sua Caravana Sagrada, plantou neste chão Magia Cigana.
Neste próximo dia 22, que caí no sábado que chega, eu começo novo ciclo de rezas.
É corrente, mas não prende, nem amarra, apenas junta, une.
Prosperidade é palavra que tomou lugar de enriquecimento, e não é.
Quando nos tornamos conscientes de nossa própria natureza e entendemos nosso mito pessoal, nos tornamos co-autores de nossas histórias e quem tendo as rédias do destino nas próprias mãos não vai querer o melhor pra si mesmo?
Esta será a segunda jornada na intenção de um pedido, na primeira corrente, dediquei todo ritual ao Amor.
O propósito alcançado por quem esteve no rito, foi o incentivo para acreditar que estamos numa vibração correta e continuar.

O convite foi lançado, o valor arrecadado e revertido em seu altar e o pinguinho que fica pra manter minhas ações com os animais que abrigo. 


info | jardim_sideral@yahoo.com.br
     
LOGUNEdé


O Império dos Rios e das Matas | Parte UM

Umbanda não são Candomblés.
Passado décadas de culto, o homem parece não ter aprendido que está lidando com a pluralidade de uma religião tão antiga quanto o Deus Tempo que cultua.
Falar de Candomblé é contar a história das tantas Áfricas, que cabem num só continente.   
Nagôs Yorubas, Ketus, Xambá e Batuque, os filhos do Jeje, Angolanos, nações que reinam sob o governo de seus Orixás e que vieram dar nestas terras.
Desde lá, cada casa tem seu rito, sua linha de trabalho, seu entendimento do Sagrado.
Funciona no acordo de seus preceitos enraizados, no tempo dos séculos de linhagem, considerando suas múltiplas tribos e reinados, em palavras sussurradas por seus tantos sacerdotes, transmitidos por um rio de fontes estrangeiras, que sofreram a tradução de seu sopro divino, de sua fala com os Deuses, até serem cantadas em nossas roças e terreiros, erguerem aqui seus Congas.
Esta introdução caberia numa curta linha, dita de maneira mais direta. O nome é Candomblé, religião que abriga muitas tradições, como fosse um coletivo alinhavado pelo DNA de alguns deuses e deusas.
Alcançado este entendimento de que não há uniformidade maior que seus regentes divinos, cabe entender que cultuar o Santo é caminho de sorte, destino impar, porque o toque do atabaque, dialeto, liturgia, tudo é daquele lugar, de mais nenhum no mundo. Podemos assim, honrar as diferenças.
Tomar este caminho com a sede da alma é outro tanto, uma escolha que nem sempre é nossa, mas isto é conversa de quem sabe que parte dessa vida é vivida do lado de lá, onde nem sempre os olhos alcançam.
Ao nos manifestar neste mundo, somos abrigados por nosso Santo de Cabeça.
Orixá ou Obirinxá, que reinará sobre nós, em nossos dias na Terra.
Um dia converso sobre a Umbanda, nesse agora, minha prosa é outra, é para falar sobre o Príncipe do Candomblé.
Logunede é dito menino, talvez nenhuma lenda o tenha colocado em uma roupagem mais adulta. E encantado ali, ele permaneça numa estática existência ou então o homem moderno não entenda a natureza de uma inteligência soberana á sua, tudo se torna mais simples, sendo assim, ele descrito.
Logun herda características de seus pais.
De Erinlê ganha o dom da caça, verbo que no contexto de uma vida mergulhada na natureza significa a conquista, a habilidade de foco, a flecha que se lança na intenção de alimentar o corpo e a alma.
Seu pai, no entanto, é cercado de lendas em que se fere ou mata, por engano, com seu próprio instrumento, sua arma.
Digo isso, para enfatizar que o tesouro dado ao seu filho, tem poder sobre todas formas de vida, nunca é falado que a caça é ofício que leva consigo a morte.
Em um dos contos, o menino que quase se afogou num rio, salvo, recebe de Orunmilá a missão de proteger os pescadores.
Um ser com poderes de quem fica e quem parte, nas águas e nas florestas.   
Sendo desta maneira, Logun se torna um caçador, que enfeitiça com sua beleza.
Seu pai, encantado, se apaixona e os dois Odés, seguem caçando os pássaros na mata, menos os das feiticeiras.
Distraído, Oxóssi acerta o alvo que não podia, lá Mi, enfeitiçam os dois amantes com a cegueira. Um caminho que trilha pela cachoeiras de Oxum e termina nas profundezas da água do mar de Iemanjá. 
É comum entre uma pesquisa e outra, autores, negando qualquer traço de homo ou bissexualidade em Logum. Mencionar mesmo traço em Oxossi é procurar querela.
Mas as justificativas, sempre são traiçoeiras, soam mais como uma dificuldade em lidar com riqueza da natureza. 
Como ela se manifesta de maneira mais caleidoscópica, que propriamente um erguer de bandeiras.
Nunca li justificativas para negar a orientação sexual de nenhum orixá, quando héteros. 
Esclarecimentos, apenas quando é abordado este tabu de nossa época histórica. Ainda sofremos da dificuldade de lidar a a identidade de gêneros ou orientações de nós mesmos, que dirá importar isso para nosso berço cósmico?!
E mais uma vez, a rasura na compreensão que uma deidade está acima dos limites que rotulam nossa sexualidade e que bem provável, o amor vivido entre Oxóssi e Logun, não signifique a paleta de possibilidade de um amor entre pessoas, neste plano.
Se este princípio não é entendido, cabe o julgamento de cada qual se esta lenda, tão legítima quanto às outras, deve permanecer viva ou ser varrida para baixo da Eni, a esteira de palha em que dormimos, nosso sonho acordado.
Aqui cabe uma pausa, para que eu me apresente, pelo menos uma pequena parte de meus interesses. Sou um pesquisador.
Há quase uma década estudo com paixão, o que sub intitulei O Sagrado Masculino, um projeto batizado Anatomia do Falo.
Propondo neste plano a analise do erotismo e do sexo no mundo de nós, homens.
E na contra-mão do que popularmente é celebrado, somos seres complexos, é preciso uma escamação para se chegar em uma das interpretações do que realmente é mostrado.
Em síntese, é vasta a gama de leituras que pode brotar em um relacionamento seja hetero, bi ou homo, desse modo simplificado entre serer humanos, deuses são ainda outro patamar.
Sou avesso á simplificação disso tudo, por natureza e ofício.
A cosmogonia de uma fé é tão rica, em simbologias, não nos cabe, empobrecer um mito com nossas mentes pequenas.
Logun Edé também passa seu tempo próximo á mãe. Em nenhuma das fontes, fui esclarecido se este tempo compreende seis meses, como lido em alguns textos, ou é uma invencionice da era dos relógios e calendários gregorianos, de alguns escritores.
Quantos dias tem um ano em suas moradas?
Particularmente prefiro uma história atemporal, sem datas apontadas.
O Príncipe faz companhia a sua Rainha, por um tempo incompreendido e é delicioso pensar no simbolismo dele, junto á uma figura feminina, no reino das águas. 
O que primeiro sempre me veio a cabeça é o mergulho nos sentimentos, na psiquê.
Não á toa, é com Oxum que Logun, muitas vezes é travestido de menina.
Este fato sempre está ligado intimamente á presença de uma figura masculina. Ou ele é dado como moça para fugir da ira de Exu por Oxum, ou para entrar no palácio de Xangô, fugindo da mata e sendo caçado por seu pai que mais uma vez se encanta e se apaixona.
O que isso tudo quer dizer á nós?
Como se aplica este ensinamento ou passa-tempo, da Medicina deste menino tão divino?
Quais são os segredos que se escondem por trás do panos que encobrem o corpo de Logun?

(fim da primeira parte)

  

30.3.17


Houvesse tempo outro, que não o agora. 
Uma janela no Espaço, que pudesse me lançar num salto.
O desdobramento, ser uma flecha arranhando o invisível.
Um pensamento rasgando o impossível, enquanto vai de um ponto á outro extremo.
Seria eu um Pássaro, serei eu o voo, o caminho por entre rotas estelares
Vim parar num campo magnético, elétrico, um pulso atômico
Estou vivo e agora sou Deus. 
Estou DESPERTO
  

2.2.17




Não á toa, fevereiro é adornado por uma concha, abrimos este mês com as sagradas bençãos de duas mães divinas: Saraswati e Iemanja.
Estamos em tempos de colheita, no calendário pagão. 
Aqui no hemisfério Sul, celebramos o Lammas ou podemos celebrar o Imbolc, como a tradição do hemisfério Norte.
E quase perto do fim, a Grande Noite do Senhor Shiva para nos iluminar.

26.1.17

CARTEADO

Optcha, optcha!
Salve Sta Sara!
Salve a Caravana!

Leio cartas desde sempre, iniciado aos onze anos pelas mãos de uma cigana.

Vamos lançar a sorte, 
Saber o que nos cabe, constelar nosso caminho
Celebrar a leveza do destino

Sua linhas, seu caminho ao alcance de nossas mãos!





1.1.17

SEMENTE

Finalmente 2017, ano que em sua soma resulta o UM. 
Vamos semeá-lo.
Um novo começo que como a semente, determina novos frutos.
Estamos vibrando em uma energia poderosa.
Vindo além dos nossos horizontes, também seremos regidos pela energia do oriente, representado pelo Galo. 
Em se tratando de energias traduzidas, sofremos as divergências de quando ele se inicia. Há quem diga que em 3 de fevereiro 23H47.
Fiz uma escolha por uma data, comum em minhas fontes de pesquisa, mas não existem verdades absolutas. 
Cada tradição segue sua linha de entendimento e métrica.
Assim se segue também a lógica de muitos sacerdotes na questão de qual Orixá irá reger nossas vidas.
Talvez aqui, o maior desafio.
Para simplificar, vamos entender que no Brasil temos a Umbanda e o Candomblé, como as manifestações mais populares de uma cultura sagrada, ancestral, de matriz africana, no entanto representada aqui, por grupos de várias nações e tendo seus celebrações e ritos, adaptados, para o calendário Cristão.
Na Africa, sem os sincretismos, aqui presentes, tudo se torna diferente.
Para os Sacerdotes Africanos, o entendimento de quem é o ano, se faz, na consulta do Odu. Cada Ilê, então, pode ser regido pelo Odu (destino) e Orixá que foi determinado no Ifá, sorteando aquela comunidade. Sorte significa destino.
Consultando um Babalao Nigeriano do Culto de Ifa, ficou claro que cada grupo, segue uma ciência.
O Calendário Ioruba é constituído de uma semana de quatro dias, e não os sete aos quais estamos acostumados. 
Para cada qual, três Orixás o rege. 
Sendo assim, a vibração de hoje, domingo, é a dos Olodés, o que determina que seremos guiados pelos Orixás Caçadores, que no culto original são: Ogum, Odé, Logunedé e Obaluae, o que sugere um indício de como será o ano.  
Cada comunidade, clã ou egrégora, segue então o que o Odu determina. 
Este pensamento arquitetado, aponta que não existe uma regência coletiva. 
Outra fonte, deixou o assunto mais complexo, acertando que o começo do ano, segundo o Odu é em junho e que segundo algumas tradições Odé e Oxossi são dois orixás distintos, sendo o primeiro mais velho e portador de uma flecha só, enquanto o segundo, mais novo porta várias.
Tais argumentos não deixam dúvidas para o entendimento de que não existe a tal verdade absoluta.
Concluo meu texto saldando Yemanja, Oxaguian, Oxossi e Oxum e lembrando que segundo o Xamanismo, todo ponto de vista é sagrado.

Um ano de despertar,
para todos nós.

OM Namah SHIVAya